Chimamanda Ngozi Adichie e o perigo da história única (28/31)

Ela já era mundialmente reconhecida como um dos maiores talentos literários de sua geração e acabou se popularizando quando Beyoncé escolheu um trecho de sua palestra “Sejamos Todos Feministas” (que foi transformada também em livro) para usar na música e no clipe “Flawless”, de seu álbum homônimo de 2013. Estamos falando de Chimamanda Ngozi Adichie. Ela é a 28ª preta que homenageamos no #julhodaspretas na Central das Divas. Ela não é nascida no continente americano, mas tem influenciado muito o mundo ocidental, por isso, resolvemos falar dela no #julhodaspretas.

Chimamanda Ngozi Adichie nasceu em Enugu, na Nigéria, em 15 de setembro de 1977. Ao todo, ela tem 5 irmãos e é filha de um professor universitário e uma funcionária da Universidade da Nigéria, que por sinal foi a primeira secretária do sexo feminino da universidade.

Chimamanda começou seus estudos na Universidade da Nigéria, na área de estudou medicina e farmácia, por um ano e meio. Por lá, ela editou The Compass, uma revista feita por estudantes de medicina da universidade católica. Aos 19 anos, a escritora mudou-se para os Estados Unidos para estudar. Foi quando estudou comunicação e ciência política na Universidade de Drexel, na Filadélfia, tendo estudado depois em Eastern Connecticut State University para viver mais perto de sua irmã, que tinha um consultório médico em Coventry. Em 2003, ela completou um mestrado em escrita criativa na Universidade Johns Hopkins. Em 2008, recebeu a titulação de Master of Arts em Estudos Africanos pela Universidade de Yale. 


A carreira de Chimamanda é recheada de prêmios desde seus primeiros escritos. Sua primeira publicação foi uma coletânea de poemas em 1997 (Decisions) e, logo depois, uma peça (For Love of Biafra) em 1998. Já em 2002, foi indicada para o Prémio Caine com o conto "You in America".

Em 2003, sua história "That Harmattan Morning" ganhou o prêmio O. Henry para "The American Embassy". Ela também ganhou o David T. Wong Prêmio Internacional de Contos 2002/2003 (PEN Centro Award) e uma Beyond Margins Award por seu conto "A metade de um sol amarelo" de 2007.

Seu primeiro romance, Purple Hibiscus (2003) foi aclamado pela crítica e recebeu o Prêmio Commonwealth Writers como Melhor Primeiro Livro (2005).

Seu segundo romance, Half off a Yellow Sun, nomeado em homenagem a bandeira da nação de Biafra, se passa antes e durante a Guerra de Biafra. Esta obra também foi premiada com o Orange Prize de 2007 para Ficção. Half off a Yellow Sun foi adaptado para um filme com o mesmo título, dirigido por Biyi Bandele, estrelado pelo indicado ao Oscar Chiwetel Ejiofor e por Thandie Newton, lançado em 2014. Seu terceiro livro, The Thing Around Your Neck (2009), é uma coleção de histórias curtas.

Em 2010, ela entrou na lista dos 20 autores de ficção mais influentes com menos de 40 anos."Ceiling", foi incluída na edição do The Best American Short Stories 2011.Em 2013 ela publicou seu terceiro romance, "Americanah" que foi selecionado pelo New York Times como um dos 10 Melhores Livros de 2013.

Além do sucesso em livros, as palestras de Chimamanda correram o mundo na internet. "O perigo das histórias únicas" foi um sucesso no TED em 2009. Você pode assistir este vídeo legendado abaixo:




Mas, o maior sucesso da autora, transformado em livro, foi a palestra realizada "Sejamos todos feministas" no TEDxEuston, realizada em 2012. Este discurso é aquele que incorporado, em 2013, na música "Flawless" da cantora americana Beyoncé. No discurso, ela compartilhou sua experiência de ser uma feminista africana, e sua visão sobre construção de gênero e sexualidade.

″Eu estou com raiva. A construção de gênero do modo como funciona atualmente é uma grave injustiça. Todos nós deveríamos estar com raiva. Esse sentimento, a raiva, é importante historicamente para as transformações sociais positivas, mas além de estar com raiva eu também estou esperançosa porque eu acredito profundamente na habilidade dos humanos de se reinventarem e se tornarem melhores".

O vídeo está disponível abaixo e vale a pena assistir mais uma vez!


Muito orgulho de uma mulher tão jovem e negra que tem ditado muita coisa importante no movimento de luta das mulheres. São as mulheres negras mostrando que não há uma história única.


VIVA CHIMAMANDA!
VIVA AS MULHERES NEGRAS!





No mês de julho vamos celebrar, conhecer, homenagear 31 mulheres no mês de julho! Sabemos que ainda é pouco, mas será um prazer rever a vida de algumas das nossas inspirações! Billie Holliday, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Ella Fitzgerald, Chimamanda Ngozi Adichie, Sueli Carneiro, Taiye Selasi, Luiza Bairros... São tantas pretas maravilhosas que iremos homenagear! Não perca!!

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